Foram 3 meses intensos, de muito foco e dedicação para alcançar esta medalha e me tornar MARATONISTA!
Ao longo destes 3 meses apercebi-me que uma maratona é muito mais do que 42km.
Não é só correr os 42km que é díficil, é a preparação para a maratona que também não é fácil, são meses de treino intenso, alguns com muito calor , vários dias acordar às 6h da manhã, são os quilómetros que temos que fazer todas as semanas para chegar ao dia da prova e cumprir.
Cruzar aquela linha de meta, não só traz um sentimento enorme de satisfação de ter superado os últimos quilómetros, como a concretização da coragem de me ter metido naquela aventura e não ter desistido.
Porque não é fácil! Mas vamos começar pelo início…
O meu grande objetivo era acabar a Maratona e fazê-la sempre a correr. Não estava preocupada com ritmos, sobretudo depois do último mês ter perdido a minha motivação e foco e daí me ter “desleixado” um bocadinho. Os treinos foram poucos e o longo de 26km bastante doloroso. Estas últimas semanas foram de tappering e serviram essencialmente para alinhar a minha cabeça e coração para conseguir enfrentar este desafio.
Pelas 8h já andava por Matosinhos, às 8h20 tirei a foto de grupo do Running Espinho e depois troquei as sapatilhas que tinha nos pés para as Zoom Pegasus 34, tinha um pouco receio que a chuva fosse mais intensa antes da prova e levei uma muda para não começar a prova com os pés molhados.
Coloquei o tapa orelhas e um chapéu de sol para impedir a chuva de me bater na cara (dica que procurei no dia anterior). Vesti o impermeável, fiz um ligeiro aquecimento e dirigi-me para a minha box com o coração aos pulos.
Às 9h (hora marcada) deu início à Maratona e ao meu grande teste.

Comecei bastante entusiasmada, estava com as emoções à flor pele e deixei-me levar pelo ritmo alucinante e atrás daquela gente toda. Este foi o meu erro, comecei depressa demais.
Mantive-me assim num ritmo médio de 5:30 até à marca da meia-maratona, onde sabia que iria encontrar minha família, que rumou ao Porto para me ver correr e apoiar.
Disse-lhes para irem para a perto da Ponte D. Luís, pois seria o melhor sítio onde me poderiam ver várias vezes a passar. E assim foi, passei aos 20km, aos 30km, aos 32km e parece que foi como tomar um gel cada vez que os via!
Passei à meia-maratona em 1:58:09, aqui ainda me sentia-me confiante para o que aí vinha. Mas ao KM25 tudo mudou , as pernas começaram a pesar, já estava completamente ensopada e vento não ajudava. Abrandei o ritmo e deixei-me andar num ritmo médio de 6:00 até que comeceu a fraquejar e ao KM35 comecei a quebrar e bati num muro. Já tinha passado mais duas vezes pela minha família, mas dali até à meta estava “sozinha”, até fiquei sem bateria nos headphones e começou a custar-me imenso, mas eu não ia ficar por ali, abrandei novamente o ritmo e fiz o resto do percurso sem forçar muito.
Faltavam ‘só’ sete quilómetros e apesar dos géis, da água, das passas e das bebidas energéticas não tinha mais energia, o tanque estava a zero e arrastei-me literalmente até à meta num ritmo de 6:40.
Ao KM41, apesar da chuva, as pessoas continuavam apoiar e berravam “campeões”, “força”, “conseguiste”, “está feito”, e eu continuei até à meta.
Passado 4:17:01 missão cumprida! Orgulhosa e medalha ao peito abracei o meu babe que estava à minha espera na meta.
Recordo-me de ter feito o primeiro treino de 10km após a operação ao apêndice que me deixou de rastos, completamente desmotivada e a pensar “Como raio vou fazer 42km? No que é que me meti.” Mas foi o fato de ter este objetivo que me ajudou a continuar. A cada semana, a cada dia, a cada treino estava mais focada em atingir os temíveis 42km, mas eu sou assim: não desisto para conseguir aquilo que desejo (apesar de todos os contratempos) e hoje posso dizer: SOU MARATONISTA!

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